quarta-feira, 30 de julho de 2008

Sem medo de ser feliz


Que existe limite entre razão e coração todo mundo já sabe. Uma pessoa considerada normal e consciente sabe o que deve ou não fazer. O problema é que tudo está tão racional que as pessoas se perdem e ficam sem ar de tanto abafar sentimentos. Se tivéssemos que escolher entre "deixar rolar" e "tudo friamente calculado", daríamos um jeito de forjar as alternativas e enrolar na escolha por puro medo das conseqüências. Trocamos as rugas do sorriso por rugas entre as sombrancelhas, colocamos a bolsa na cadeira ao lado pra ninguém se atrever a sentar, justificamos qualquer ato como forma de jogo e construímos uma bolha ao nosso redor por medo de ser feliz. Cada detalhe é analisado e qualquer errinho se transforma num grande motivo para tudo acabar. Daqui a alguns anos as pessoas terão somente a visão central, ninguém olha pro lado e abraços serão confundidos e/ou criticados. Se a pessoa considerada doida é aquela que enxerga o amor sem receita de bolo, sem bula, sem mapa, simples como deve ser e que brota sem medo de ser cortado, eu adoraria ser chamada de doida. A razão tem prazo de validade. Já deixou o coração falar?

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Coisas que realmente valem


Ultimamente tenho pensado como as pessoas estão desesperadas pela procura do ideal, pela necessidade de se encaixar e pela vontade de serem escolhidas. Quase nada anda natural.
Outro dia fui comprar refrigerante e na volta a sacola arrebentou. Corri avenida abaixo com meu cabelo atrapalhado, meu chinelo, minha calça larga e meu moleton velho tentando pegar a garrafa. Quando consegui, escutei uma voz dizendo: "Segura Lê a sacola tá viva!" Sim, era meu ex rolo, ex ficante ou sei lá o que as pessoas falam. Comecei a rir e lembrei o quanto ele não fazia parte da minha vida. Dentro daquele carro importado tinha um homem legal e rico ao lado de uma mulher arrumada e bonita que me olhava com ciúmes. Troquei meia dúzia de palavras com eles e fui embora. Não quero dizer que eles são as pessoas desesperadas que citei no início, mas essa cena me deixou muito feliz quando me vi do outro da história, ali na rua segurando uma sacola rasgada.

Algumas pessoas fazem de tudo pra conquistar e segurar outras, não sabem dar valor a coisas simples pelo simples fato de serem coisas simples.. Querem o que tem de mais chique, de mais caro. Não dão sorrisos se não ganham nada em troca. Um mundo de interesses e joguinhos, de sonhos comprados pelo cartão de crédito. Seria ilusão a minha acreditar que nem todos são assim? Espero que não. Quero acreditar que existem pessoas que são verdadeiramente naturais, que sabem amar coisas simples que não se compra com dinheiro. Quero acreditar que aquele casal dentro daquele carro são pessoas de coração bom que gostam de amor além de status, que são pessoas não envenenadas pela vontade de aparecer e andar na rua banhadas a ouro. Quero continuar sorrindo pro porteiro, pro lavador de carro e pro moço da cadeira de rodas do sinal. Quero poder correr descabelada pela avenida sem me preocupar com os carros importados parados no mesmo sinal do moço da cadeira de rodas. Minha prima (irmã praticamente) de quatro anos adora dar bala pras crianças pobres e isso é uma das minhas maiores alegrias. Adoro ver que as coisas boas que faço servem de exemplo pra ela. Adoro quando vejo que "modinhas" não chamam minha atenção. Não importa se estou de salto alto, cabelo arrumado com creme da Kérastase, perfume Dolce e Gabana, creme pro rosto da Lancôme, maquiagem Artdeco, bolsa Adidas ou outras coisas que sinceramente não sei nem mesmo como escreve. O que importa é que quando uso essas coisas continuo a mesma pessoa de sempre, a mesma pessoa que valoriza coisas simples e gestos de carinho. Sou aquela mulher imperfeita que fez cursos de maquiagem mas conta pra todo mundo como é seu cabelo realmente. Aquela que tem dó do pai e faz a própria unha pra não precisar pedir dinheiro (eu não trabalho). Muitas coisas boas o dinheiro não compra.
Simples como tento ser. Sou eu e mais nada. E você?

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Acho que era isso que me faltava. Era musica alta, bebidas, beijos e abraços. Era os amigos perto, era eles gritando, eles quietos, eles dormindo. Era ficar perto, era ficar carente, deitar no colo e dar-se ao luxo de receber carinho. Era as gotas de chuva sobre a face e a reclamação de que o gelo do copo derreteu. Eram agradecimentos, amor mutuo, lagrimas. Era uma madrugada sem estrelas, sem lua bonita. Fazia frio, ventava, arrepios. Era não dormir e acordar feliz. Era uma festa como a de ontem que eu precisava. Era felicidade.

sábado, 19 de julho de 2008

O que você fez do meu conto de fadas?

Por quê você sempre perguntava se eu confiava em você, sendo que quando confiei aprontou comigo? Estava só esperando o momento certo pra mostrar que eu não deveria ter confiado? Pensar em nós machuca até hoje. Confesso que já beijei outros caras depois de você, mas ao final, mesmo que seja de vez em quando, as lembranças voltam a me assombrar. Será que não percebe que me deixou fora do lugar? Coloco a culpa em mim, falo que tudo foi culpa das expectativas que criei e da pessoa que inventei em você. Se fosse assim seria fácil, o difícil é aceitar que erramos. Você errou comigo, suas palavras eram tudo que eu queria ouvir mas não eram verdadeiras. Você enlouqueceu meus pensamentos, me fez sonhar um conto de fadas e me largou no meio da floresta. Agora estou aqui, com os sapatinhos de cristal na mão tentando encontrar o caminho de volta. Eu errei também mas não foi com você, foi comigo. Até isso a gente fez igual, erramos comigo. Mergulhei em cheio nessa história, bati com a cabeça no fundo e perdi a memória pra acontecimentos recentes, tô presa no passado, no nosso passado. Podem chamar de paixãozinha adolescente, mas pra mim isso tem outro nome, sobrenome e uma garota. Você acha que ela pode te fazer feliz? Ela te acompanha direitinho na sua vida de estrelinha? Você sempre lutou pra ser tudo que eu sempre achei ridículo, mas nunca falei nada porque eu era louca com você do jeito que você é, com todos os defeitos. Nunca gostei muito de moreno mas você é moreno, nunca gostei de magro e você é magro, odeio homem que imita voz de neném e você adora fazer isso. O que eu faço pra te ter de volta? Quero ter sua voz de neném ao meu ouvido, seu cabelo moreno entre meus dedos e seu corpo magrelo me abraçando. Quero suas mentiras transformadas em realidade. Quero meu coração batendo de novo e quero que você pare de ser meus pensamentos. Se não quiser ficar não fique, mas resolve logo nossa história mal resolvida e trás de volta a minha vida, tô morrendo de saudades de mim.

"O teu amor é uma mentira, que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego, você não pode ver."
Cazuza

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Faz falta!



Falta foi o que senti quanto estava sozinha a caminhar. Foi o que senti quando não tive você contra o meu peito. Foi o que senti quando não tive teu abraço, e nesse abraço não senti que seriamos um só. Estava sozinha com meus pensamentos a solta, sua imagem refletia na lua entre meio as nuvens. Um sorriso me veio ao rosto, lembranças de você, do teu olhar. Nossa, como você me faz feliz. Como é bom te ter por 'perto'. Nasço a cada olhar e morro em cada despedida. Ah, como você me faz falta. Como é bom ter teu colo, me sentir amada, ser amada. Ter suas mãos em meus cabelos, te acariciar o rosto, sentir tua pele, simplesmente te olhar, te fazer adormecer em meus braços. Tê-los em volta do seu corpo, sussurrar bem baixinho no ouvido, te amo! Esquecer o mundo lá fora, me apegar em cada gesto teu, apenas nós dois. Corpos suados, boca molhada, coração batendo mais forte, rápido. Dedos entrelaçados, olhares se cruzando, desejos, vontades, fantasias. Ah, como você faz falta. Como queria que você estivesse aqui agora, seria apenas nós, mais nada. A janela está entre aberta, a noite está linda. Tua imagem aparece mais forte, tento te buscar entre as estrelas, você não está. Apareça, se torne real apenas hoje, me faça feliz de novo. Deixa eu te dizer o quanto te amo. Apareça, mesmo que só por um instante, e deixe eu te dizer o quanto você faz falta. Deixe eu te falar, te mostrar o quanto te amo. Ou então apenas sinta o que com palavras não consigo explicar, mas meus olhos te falam, e sei que seu coração consegue sentir.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Na verdade eu não sei o porque disso tudo, quer dizer, eu sei. Voce gosta dela. Poxa. Se voce gostava dela porque volto comigo? Me iludiu e tá me fasendo sofrer. Eu acreditei em cada "eu te amo" que vc falou. Cada "eu te amo" que eu falei não foi da boca pra fora, foi de coração, pq eu realmente sinto isso. Eu ainda acho que é vingança, não sei porque. Se eu te fiz sofrer daquela vez, foi por algo que eu fiz sem pensar, um ato meio inconsequente. Mas agora vc esta me fasendo sofrer porque vc quer, se eu te machuquei aquela vez, foi só um arranhão perto do buraco que vc fez em mim! Na verdade eu também não sei porque estou escrevendo isso aqui pra vce.

domingo, 13 de julho de 2008

Hoje

Não sei porque mais hoje acordei meio triste, justo hoje, em pleno domingo, um monte de coisas pra fazer, eu acordei triste, justo agora que vai começar as férias.O dia passou tranquilo sem nada impolgante, fiz as coisas que tinha que fazer, reclamei com o que eu tinha que reclamar, chinguei quem eu tinha que chinga, olhei pra quem eu tinha que olhar, e me deu uma vontade incrivel de mirar minha mão na cara de uma cidadã, mas passou. Mas a tristeza estava ali, encostada em mim, grudada. Uma tristesa que eu já sintia, mas ela tinha passado, mas ela volto. Uma tristesa que dá vontade de ficar sozinha no seu quarto e chorar, chorar até a agua do seu corpo secar, até um cidadão vim te abraçar, te socorrer, te dizer alguma coisa que te faça sorrir. Mas não, eu tô sozinha em casa, deprimida. Vou desabafar com quem? Chorar pra quem? Abraçar quem? Minha mãe? Como eu vou chegar pra minha mãe e contar tudo o que aconteceu? Vou chegar com os olhos vermelhos e dizer que to me acabando de chorar por causa de um "nada"? Bem capaz dela brigar com essa idiota aqui. Meu pai? vixi nen se fala, ele não intende dessas coisas. Mas quem? Minha amigas? Pois é, elas estão loonge.Mas enfim, o dia estava chegando ao fim e toca o telefone,minha tia. "Lê, quer ir na igreja com a tia?", resolvi ir, não tenho mais nada a perder mesmo. Chegando lá, o Pastor falou que se alguem tivesse chegado ali com o caração doendo, iria sair diferente daquele lugar, porque Jesus, queria fazer a diferença na minha vida e mudar esse sentimento. Escutei umas coisas que estava precisando escutar, levei meio que um "chaquelão", e não deu outra me desabei em chorar denovo.minha tia me abrassa e me diz uma coisa que estava precisando ouvir, Eu Te Amo. Eu vi o quanto é bom escutar essa pequena frase, quando ela é dita com sinceridade, com amor, não só da boca pra fora, como um cidadão fez. AGora estou aqui escrevendo esse texto, e acho que cai na real, porque estou fazendo tudo isso? Porque estou aqui ainda chorando por algo que não vale a pena? Por algo que passou e que foi um total engano, talves um total diperdicio de tempo? Não sei cara, talves eu seja burra mesmo, em pensar que ia ser diferente, em pensar que aqueles "eu te amo" eram pra valer. Em pensa que voce era mais "homem".Eu acho que cansei dessa vez, sabe cara, chega uma hora que o sentimento não aguenta. Odeio quando voce me olha de longe, com uma olhar meio que querendo dizer algo, que definitivamente não sei definir. Falou que não quiria mais? Acabo porra, não olha mais. Odeio que vc se faça de vitima, como se eu tivesse sido a única vitima. Me odeio por ainda gostar, mas de uma coisa vc pode ter certeza, vc vai sair de mim,vou fazer o possivel e o impossivel pra que isso aconteça o mais rapido possivel e dai vai ser um ponto final, difinitivamente.

sábado, 12 de julho de 2008

Mocinho vs. Bandido

Um faz o tipo bom moço. Tem cara de anjo. E aquele cabelo. Ah, aquele cabelo! Ele desperta seu lado mais romântico. É uma mistura de príncipe William com Leonardo DiCaprio em Titanic. Esse é o mocinho da vez. O outro faz o tipo cafajeste. Tem cara de mau. E aqueles braços. Putz, aqueles braços! Ele é só desejo. Puro sex appeal. Faz você se sentir a Sharon Stone em carne e osso. Esse é o bandido.

O mocinho te chama de linda. Elogia seu sorriso. Convida você pra tomar vinho. O bandido nem precisa te chamar. Ele olha pro seu lado e você se rende. Ele passa a mão no cabelo e você passa mal. Ele convida você pra dormir na casa dele e você já se entregou.

E o bom moço tem aquela boca macia. Aquela pele de edredom. Aquelas mãos suaves quando seguram seu rosto. Aqueles olhos verdes mais doces do mundo. O outro tem pegada. Tem as mãos firmes. Tem aqueles braços fortes te segurando pela cintura. E aquele olhar. Putaquepariu, aquele olhar!

E entre um e outro, tem você. Que quer namorar e quer estar solteira. Que quer o bom moço e quer aquele que te puxa pelo cabelo. Que quer tomar vinho com um e quer dormir na casa do outro. Que quer um te mandando mensagens lindas à tarde e quer o outro te ligando à noite. Que quer alguém pro resto da vida e quer alguém que vá embora de manhã cedo. Entre o bom moço e aquele outro que não vale nada, tem você que não sabe de nada. Que se pergunta o tempo todo o que é mesmo que você quer pra sua vida.

O bom moço te leva pro cinema domingo à noite. Vai com você sábado à tarde fazer compras no shopping lotado. E não reclama. Está sempre de bom humor. Tem sempre uma solução pros seus problemas mais sem importância (mas que, pra você, são os maiores do mundo). O outro nunca tem tempo pra você. Nem sempre está de bom humor, muito menos disponível. E se você tem um problema, qualquer que seja, o problema realmente é seu.

Na verdade, seu único problema é querer resolver a briga entre a razão e o coração. Querer que os dois lados se entendam a qualquer custo. Só que isso não vai acontecer. A razão escolhe um e o coração escolhe outro. E você fica no meio desse fogo cruzado. Mandaram você pra guerra sem armas. Sem munição. Sem sequer uma armadura decente pra você se defender. E agora, dá-lhe tiros de todos os lados. Sua cabeça está prestes a explodir. E seu mundo, a cair bem a seus pés. Em pedaços estilhaçados.

Mas, quando você optar por uma coisa, vai ter que abrir mão de outra. E você não quer abrir mão de coisa alguma. Você quer tudo de uma vez. É egoísta. Ciumenta. Possessiva. Mimada. Não aceita “não” como resposta. Pensa que o mundo deveria ser do jeito que você gostaria. Pensa que pode ter o mundo na sua mão. Só que, uma hora, você vai ter que fazer a escolha, já que esse negócio de ficar em cima do muro nunca foi a sua praia mesmo. Mas você sabe que seguir a razão não tem a mínima graça. E seguir o coração é se meter em grandes enrascadas (quase sempre). Então, você continua dividida entre o que você quer e o que é melhor pra você. Entre aquele que você quer e aquele que quer você. Entre jogar e se jogar. Entre o mocinho e o bandido. Entre uma balada e outra. Entre uma e outra cantada barata na noite. Entre uma caipi-fruta e um vinho barato. Entre uma e outra carinha bonita interessada em você. Entre dois passarinhos voando e uma mão vazia.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

RAZÃO PRA SER. EMOÇÃO PRA QUE?

Vi na TV, recentemente, um psicólogo dizendo que a mulher demora mais pra terminar um relacionamento, mas quando faz, é porque já tentou de tudo. Já deu chance, já perdoou, já pediu pra mudar, já mudou, já fez e aconteceu e nada mudou. Já os homens têm mais facilidade em jogar tudo pro alto. Porém, na maioria das vezes, eles voltam atrás. Se isso é verdade, eu não sei, mas eu, particularmente, ando mais adepta da razão.

Nós, mulheres, somos mais tolerantes. A gente fica em casa enquanto o namorado vai beber com os amigos. A gente fica em casa enquanto ele vai jogar futebol. A gente fica em casa enquanto ele viaja a trabalho. Mas, enquanto a gente ta em casa, a cabeça pensa, dá voltas, procura uma saída. A cabeça pesa. A cabeça põe na balança os prós e os contras. Enquanto ele grita, a gente fica muda. E pensa. Dizem que a mulher é mais emoção, mas, me desculpem. Quando decidimos algo importante na nossa vida, somos só razão.

E a razão demora. Pensa. Repensa. Pesa. Calcula. Avalia. A razão dá chance. Acredita na mudança. A razão faz a gente mudar. A emoção é toda atrapalhada. A emoção sai batendo a porta. A emoção grita. Xinga. Esperneia. Faz pirraça. Chora. A emoção põe tudo a perder no momento errado. Mulher é muito assim. Emoção pura ao longo do caminho. Mas a gente sabe que, quando a decisão é séria, a coisa precisa ser pensada. E a gente não põe tudo a perder a toa.

Quando damos a cartada final é porque não há mais nada a perder. A gente já olhou por todos os ângulos, já fez os cálculos de todas as probabilidades disso dar certo e concluiu que não dá. A gente vai sentir falta. O domingo à noite vai ser foda. Vai doer pensar que ele vai ser de outra. Mas tudo isso a gente já pensou antes. Nada disso vai ser mais foda do que continuar no relacionamento.

Relacionamentos são pra deixar a gente mais feliz. Estou falando de rolo, namoro, casamento. Se veio mais um pra ficar com a gente, é pra somar. Se ta dando dor de cabeça, se ta pesado, se ta sofrido, se ta fazendo mal, melhor sem ele. Um namorado me disse, certa vez, que não estava feliz comigo. Achei justo que terminássemos. A última coisa que quero, no mundo, é fazer alguém infeliz. Se já não é fácil agüentar a própria infelicidade. Agüentar a dos outros é quase impossível.

Já fui só emoção. Daquele tipo de mulher que desliga telefone na cara, depois liga de novo (a doida, né?!). Que termina namoro na hora que ta irritada. Que vai embora da casa do namorado carregando a mala. Que procura pra voltar, em prantos. Que fala, grita, xinga e chora ao mesmo tempo. Nada que uma dose cavalar de razão e cabeça fria não resolvam. Hoje, deixo as coisas pra resolver depois. De cabeça fria, a gente pensa melhor e corre menos risco de fazer merda. Hoje, depois de ter dito muita coisa que magoou muita gente e ter ouvido muita coisa que me magoou, eu penso antes de falar. Eu respiro fundo e conto até cem mil se precisar. A palavra dita não tem volta. A ferida que ela causa fica pra sempre. Então, hoje, prefiro ser mais razão e menos emoção. Prefiro demorar pra tomar decisões, mas fazer a coisa certa.

À PROCURA DA BATIDA PERFEITA

Um fala que está viciado em você. Que não vai deixar você sair do MSN porque você é tudo de bom. O outro cidadão te chama pra ir com ele à festa mais badalada da cidade (e você não vai, claro). O outro pega seu telefone sem ao menos ter te beijado, te liga no dia seguinte e quer te ver no mesmo instante (e você também não vai, claro). E tem aquele loirinho, seu ex-ficante. Que agora cismou que você é a mulher da vida dele. Ele te liga insistentemente todo final de semana, te chama pra ir ao cinema, pra ir pra num sei onde... e adivinha? Não. Você não vai. E ainda tem aquele carioca bacanérrimo. O cara quer sair lá do Rio pra vir te ver. E você dá 500 desculpas, diz que não vai estar na cidade nos próximos meses e nem sabe quando volta. Ah, sem falar no francês que você conheceu no carnaval. Nove meses depois, ele ainda te manda e-mails, cisma que você tem que ir conhecer Paris e não vê a hora de voltar ao Brasil pra te ver. E liga pro seu celular, falando um inglês com sotaque carregado que você quase não entende muita coisa. Fora os dois paulistas. Fora seu vizinho gato (e casado). Fora aquele loiro aparentemente seu tipo que só te viu uma vez na vida, pegou seu telefone e agora acha que, por isso, você vai mudar com ele de BH. E fora o bombado da academia, aquele do cabelo espetadinho. O que está acontecendo com o mundo? Ou o problema é você? Por que, diante de inúmeras possibilidades, você não consegue simplesmente escolher? Tem alto. Baixo. Rico. Pobre. Loiro. Moreno. Sarado. Flácido. Tatuado. Careta. Médico. Advogado. Herdeiro (sim, herdeiro é a profissão dele!!!). Cabelo liso. Cabelo espetado. Caseiro. Da night. Da rave. Do sertanejo. Que mora no seu prédio. Que mora em outra cidade. Solteiro. Casado. Seu ex-ficante. Ex-namorado da sua amiga. Tem pra todos os gostos. Menos pro seu.

Será que é porque a gente se perde diante das possibilidades? Ou quanto maior a gama de opções, mais você quer escolher? Ou é só porque você resolveu ficar velha e exigente? Ou não, nada disso? Talvez essa não seja uma escolha tão objetiva assim. Talvez não dê pra montar seu modelo de cara ideal e apontar: é esse. E talvez você nunca vá conseguir reunir todas as características que você admira, num cara, em uma só pessoa. E talvez, mais importante ainda, talvez nada disso importe no final das contas. Você ainda não encontrou “o cara” porque simplesmente ainda não “bateu”. Porque a batida perfeita não deixaria você errar jamais. A batida perfeita é mais coração do que razão. É mais pele do que cabeça. É mais sentido do que entendimento. É viver mais e entender menos. É simplesmente ir sem se importar se é a melhor festa da cidade ou se a casa do cara é lá onde Judas perdeu as botas. É achar lindo aquela barriga mole. É achar lindo as coisas clichês que ele fala. É se tornar um pouco clichê também. A batida perfeita acontece quando você menos espera. Pode ser o amigo do amigo do amigo. Ou aquele cara que você conhece há 15 anos e nunca havia prestado atenção nele antes. Ou aquele cara que surgiu do nada numa festa e entrou na sua vida tão aos poucos que você nem percebeu. A batida perfeita simplesmente acontece. Sem que a gente tenha o mínimo controle sobre a gente mesma. Sem que a gente tenha que fazer qualquer tipo de escolha. E todo o resto? Bom, todo o resto serve pra fazer você dormir e acordar acreditando que você é realmente tudo de bom. Que você tem essa capacidade de deixar alguém viciado em você. Ou que você move o mundo e faz qualquer pessoa atravessar o oceano pra te ver. Ou que você possa realmente ser a mulher da vida de alguém. Todos esses outros são aqueles caras do bem que entraram na sua vida pra fazer você acreditar em você. Pra massagear o seu ego e fazer você acreditar que realmente pode escolher alguma coisa. Até o dia em que você não vai ter escolha. Vai acontecer e você vai saber na hora.

domingo, 6 de julho de 2008

. descobri que sou idiota

Hoje reparei um pouco mais na pessoa refletida no espelho. Fiz uma séria constatação. EU SOU IDIOTA! Isso mesmo, idiota. Mas não pense que tenho vergonha disso.
Nos dias de hoje, ser idiota é privilégio. Os idiotas de hoje são aqueles que conseguem sorrir mesmo quando a dor aperta. São aqueles que ainda dizem Eu te Amo olhando nos olhos, que valorizam abraços e gostam de andar de mãos dadas.
Idiotas são aqueles que crêem num sentimento sincero, que ainda esperam encontrar um amor perfeito, que escrevem e lêem poesias e que mandam flores.
Idiotas são românticos, no sentido mais meloso da palavra, mas não se envergonham disso. São aqueles que se permitem chorar quando a dor machuca, quando o amor se vai ou o filme emociona. Cantam músicas de amor como se fossem hinos, mesmo porque, para seus corações apaixonados realmente são.
Idiotas são sentimentais. Se magoam com a menor das brigas e lutam pela reconciliação. São aqueles que não ligam para o que os outros dizem, eles se dão por completo.
Idiota é aquele que pede desculpa mesmo sem ter errado, que pede licença, que dá bom dia, boa tarde, boa noite. Que pergunta “como vai?”, “precisa de alguma coisa?”, “ta tudo bem?’. É aquele que não esquece nem do amigo que não dá mais notícias, aquele que lembra da infância e comemora o quanto foi bom.
Idiota é aquele que ri de si próprio, que brinca de descobrir desenho em nuvem, que anda descalço e toma banho de chuva. Que chora por briga de amor, e que a cada briga acha que o mundo acabou, mas que logo perdoa.
Idiota é aquele que, mesmo nesse mundo corrompido, insiste em ser sincero. Que estende a mão pra ajudar quem for, que faz o bem sem olhar a quem.
Idiotas se preocupam, se arrumam e se enfeitam para ver a pessoa amada. Querem estar sempre belos, nem que seja só pra se olhar no espelho.
Idiotas se divertem.
Idiotas tem amigos.
Idiotas amam.
Idiotas são felizes...
Depois disso tudo, eu te pergunto:
Vale ou não a pena ser idiota?
Garanto que vale!!!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Eu quero ter certeza

E, depois que ouvi essa frase, todas as únicas certezas que eu tinha na vida foram pro ralo. Escorreram pelo meu rosto lavando o resto de alma que eu ainda tinha nele. Logo eu, que nunca tive sequer uma certeza na vida, preciso dar garantias pra alguém de algo que eu não faço a mínima idéia. Eu digo que amo, mas talvez eu não saiba o que é amor. Eu ouço juras de amor de gente que confunde os sentimentos. E me confunde.
Dizem que, quando a gente ama alguém, deve deixar livre. Então, realmente não sei amar. Não consigo dizer que amo e ficar longe. Não consigo gostar e não ter notícia. Não me dou bem com a distância. Não entendo relacionamentos abertos. Não admito traição. Não entendo quem gosta e não quer ficar junto. Não entendo quem diz que ama e não sabe se quer. Não entendo alguém que quer certezas sem apostar no relacionamento.
O dia que eu coloquei meu passarinho no dedo, levei ele pra rua e ele não quis ir embora, mesmo podendo voar, eu entendi o que é liberdade. É querer estar junto mesmo com milhares de outras possibilidades lá fora. É poder ir e querer ficar. É ter a chance de escolher. Liberdade é ter milhões de caras na sua cidade pelos quais você poderia se interessar mas você se enfia num aeroporto lotado pra atravessar o estado e ficar com quem você quer. Liberdade é poder falar que ama. Liberdade é poder falar do que não gosta. É saber conviver com a diferença e respeitar isso. É entender que ninguém é exatamente do jeito que você imaginou que fosse. É estar junto e fazer planos. É estar junto sem saber o que vai acontecer amanhã. É querer continuar mesmo que os planos dêem todos errados. Mesmo que você não tenha nenhuma certeza.
Vou seguir o que dizem e deixar livre. Vou seguir. Livre. Fazendo planos pra minha própria vida. Ou não. Vou simplesmente deixar que as coisas sigam seu curso natural. Livre. Que a vida continue. Que as incertezas passem. Que a paz reine. Que o amor renasça. Que possamos fazer escolhas certas e escolhas erradas. Que a tal liberdade sirva pra isso. Pra nos permitir viver errando, acertando, amando, descobrindo.
Eu nunca quero ter certeza de tudo na vida. Acho que amar é isso. Saber dar sem garantias. Sem exigir nada em troca. Arriscar, acreditando que vai dar certo. Sem olhar pra trás e se arrepender porque deu errado ou porque não era bem assim que você planejou. Acho que amar é a incondicionalidade. Não impor condições. Não ter prazo de validade. Não sei nada sobre amar, mas desconfio que não tem nada a ver com certezas.